terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Como dar significado à comunicação científica

ALMANAQUE
Cabelo, Pelo, Unha - a ciência no salão de beleza



Foi com esse título que a Professora da Faculdade de Educação da UFMG, Mônica Meyer, coordenou a publicação de um almanaque junto com outras atividades interativas, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em outubro de 2009, na cidade de Belo Horizonte.

O almanaque, de 30 páginas, tem um conteúdo de fácil entendimento e um projeto gráfico bem focado na cultura brasileira e nos nossos ícones. Daí a identificação imediata com o público leitor.

O texto de introdução do Almanaque, escrito pela Profª Mônica, definie bem a estratégia de comunicação:

" O trabalho começou com uma sondagem sobre cabelo, pele e unha entre os estudantes do I e II ano do ensino Médio do Colégio Estadual Milton Campos e do Instituto de Educação. Eles escreveram o que desejavam saber e manifestaram, através de desenhos, suas fisionomias no passado, no presente e de como seriam no futuro. Cerca de 400 estudantes anotaram várias perguntas que, agrupadas, deram origem a 82 questões...O almanaque, além de responder a algumas perguntas, focaliza os aspectos sociais, étnicos, lúdicos e culturais relacionados ao tema. Dessa forma, ele traduz uma dimensão humana na compreensão do corpo, através de músicas, brincadeiras, histórias, textos e informações, ou seja, prioriza uma abordagem que ultrapassa o livro didático e os manuais de beleza."

O contato com a Profª Mônica Meyer pode ser feito pelo telefone da UFMG: 31 3409-5329 ou pelo email monicameyer2007@gmail.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Confiança é a palavra chave para uso de redes sociais corporativas

Artigo de minha autoria publicado pela rede de conhecimento Nós da Comunicação

www.nosdacomunicacao.com

A revista inglesa ‘The Economist’ publicou em sua última edição, de 30 de janeiro de 2010, um encarte de 20 páginas sobre as redes sociais e como elas estão mudando a forma como as pessoas se comunicam, trabalham e se divertem. O Facebook lidera o ranking com mais de 350 milhões de usuários. É quase duas vezes a população do Brasil.

Uma pesquisa recente da Nielsen aponta o Brasil como o sétimo país em termos de maior número de horas dedicadas a sites de redes sociais, por usuário. A Austrália está na liderança, seguida da Grã-Bretanha e da Itália.

Na seara corporativa, no entanto, o uso de redes sociais ainda é pífio. Confira alguns dos temas abordados:

- Uma pesquisa realizada com 1.400 executivos pela empresa de recrutamento Robert Half Technology, nos Estados Unidos, mostrou que somente 10% deles permitiam a seus empregados total acesso às redes sociais durante o dia, e que muitos bloquearam o acesso ao Facebook e ao Twitter. A principal preocupação dos entrevistados é que os empregados passariam a usar a rede para se comunicar com seus amigos ao invés de trabalhar no horário de expediente.

- A questão da perda de produtividade é um dos argumentos-chave para a não permissão do uso de redes sociais em ambiente corporativo. Entretanto, seguindo esta lógica, as empresas também não deveriam permitir que seus empregados utilizassem o e-mail para se comunicarem com seus amigos. E o smartphone? Como a empresa pode controlar, ou evitar que seus empregados façam uso de seus equipamentos pessoais?

- Outro receio das empresas é que os empregados possam divulgar, pelas redes sociais, informações estratégicas confidencias da empresa e que, com isso, os concorrentes possam ficar sabendo antecipadamente dos projetos e inovações da empresa. Outra questão crucial é que dificilmente as redes sociais poderiam estar integradas ao sistema interno de TI da empresa.

- Algumas redes sociais foram desenvolvidas especialmente para o ambiente corporativo. O sistema funciona exatamente igual ao Twitter e ao Facebook, porém a informação é restrita ao público interno (assim como a Intranet). São as redes Enterprise2.0 e Yammer. A IBM também oferece o Lotus’s connection e o Salesforce.com’s Charter, este último dedicado à força de vendas. Essas ferramentas são facilmente integradas aos sistemas de TI. As redes sociais corporativas ou ‘Facebooks’ corporativos também podem ser adaptadas às necessidades de cada uma das organizações. A Danone, empresa francesa da área de alimentos, com mais de 90 mil empregados em mais de 100 países colocou em teste uma dessas redes sociais corporativas em algumas das suas localidades. Segundo a reportagem, a Danone já se beneficiou com o sistema que levou os empregados a compartilharem práticas operacionais inteligentes de forma mais eficaz.

- Pode ser que as redes sociais corporativas sejam a ‘bola da vez’ da indústria de TI, mas ainda há alguns obstáculos a serem superados, como, por exemplo, comprovar o valor agregado da rede social , e outras duas desconfianças dos executivos: a de que os empregados possam fazer algum comentário politicamente incorreto e o aparecimento de grupos informais de empregados, sem o controle gerencial. O problema é que novas idéias e ‘insights’ surgem de encontros informais e não de reuniões formais. O agravante é que normalmente os sistemas de TIs são construídos para manter e reforçar os ‘silos’ e não construir pontes entre eles.

- Serviços como o Yammer e o Chatter criam um ambiente de trabalho mais aberto ao permitir que as pessoas saibam o que as outras estão fazendo e encorajam o compartilhamento de informações. O surgimento das redes sociais corporativas deve ser motivo para comemoração e não para levantar suspeitas. Confiança é palavra-chave da questão. Se a empresa confia em seus empregados, não há o que temer.

Cristina Mello é jornalista e consultora de comunicação empresarial, com mais de 25 anos de experiência na área corporativa. É Mestre em Comunicação Organizacional pela Universidade Metodista de São Paulo e trabalhou como executiva em diversas empresas como, Vale, BASF, Unisys, Odebrecht, Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Knoll, Laboratório Farmacêutico, FAG eventos e Odebrecht. Mantém o blog 'Wanderlust da Comunicação'.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Marketing de relacionamento

É pura emoção. Com uma ideia simples e envolvente, a TAP Air Portugal realizou, com o apoio da Infraero, uma homenagem ao Rio de Janeiro em pleno saguão do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no dia 20 de janeiro, data comemorativa do padroeiro da cidade maravilhosa, São Sebastião.

Vale a pena conferir o filme no YouTube:

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Relações Públicas e a Ditadura Militar

Há duas semanas assisti ao documentário Cidadão Boilensen, que retrata a vida e a morte de Henning Albert Boilensen, empresário dinamarquês natularizado brasileiro, ex- presidente da Ultragaz e acusado de ter colaborado com o regime militar,liderando um movimento junto à classe empresarial paulista para levantamento de fundos para a criação e a manutenção da Operação OBAN, de repressão militar. O filme, dirigido por Chaim Litewski, ganhou o prêmio de melhor filme exibido no Festival Internacional de Documentários "É tudo verdade" de 2009.

O filme é imperdível para quem deseja resgatar a história recente do nosso País. Entre depoimentos, reportagens antigas de Amaral Neto, outras entrevistas e reportagens da época, fica-se sabendo que Boilensen foi agraciado com o prêmio "Homem de Relações Públicas de 1964".Fiquei curiosa e fui pesquisar qual instituição teria feito tal homenagem.

Descobri que o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas, e seus congêneres regionais, foi criado pelo decreto-lei nº860, de 11/09/69, cinco anos depois da premiação. Já no site da Associação Brasileira de Relações Públicas, criada em 21 de julho de 1954, não há nenhuma menção ao prêmio em referência. Quem ou qual instituição ofereceu tal título ao "Cidadão Boilensen"?

Boilense era um empresário de muita visibilidade na década de 60. Ele atuou na diretoria da Fiesp e foi o criador do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, que visa ao treinamento e ao aperfeiçoamento da mão de obra profissional, principalmente na área industrial. Não consta, entretanto, que seja um profissional de RP.

A profissão de Relações Públicas, apesar de regulamentada no Brasil desde 1967, ainda é mal entendida pela sociedade. O termo "Relações Públicas" é percebido com outro significado, quase um atributo para pessoas sociáveis, bem relacionadas, simpáticas. Trata-se de um grande equívoco e que merece ser esclarecido sempre que houver oportunidade. A profissão de Relações Públicas, assim como a de Jornalista e a de Publicitário faz parte do curso de Comunicação Social. Trata-se de uma profissão respeitada e que possui um severo código de ética.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Como multiplicar os valores da sustentabilidade

O texto abaixo, de autoria de Leonardo Boff, foi publicado hoje, no Blog do Noblat.
Vale a leitura e a reflexão: como nós, comunicadores podemos multiplar os valores da sustentabilidade nas empresas - ou o capital espiritual, como diz Boff e contribuir para um mundo mais justo e melhor?


O legado profético de Zilda Arns

Já se fizeram todos os elogios devidos à médica brasileira, Zilda Arns, irmã do Cardeal dos direitos humanos, Paulo Evaristo Arns, que sucumbiu sob as ruinas do terremoto no Haiti.

Talvez a opinião pública mundial não se tenha dado conta da importância desta mulher que em 2006 foi apontada como candidata ao prêmio Nobel da Paz. E bem que o merecia, pois dedicou toda sua vida à saúde das pessoas mais vulneráveis.

Por 25 anos coordenou a Pastoral da Criança acompanhando mais um milhão e 800 mil menores de cinco anos e mais de um milhão e 400 famílias pobres.

A partir de 2004 iniciou a Pastoral da Pessoa Idosa com mais de cem mil idosos envolvidos. Com meios simples como o soro caseiro, o alimento à base da multimistura e outros recursos mínimos, salvou milhares de crianças que antes fatalmente morriam.

Seria longo historiar seu extraordinário trabalho difundido já em mais de 20 paises pobres do mundo. O que pretendo é enfatizar os valores do capital espiritual que sustentaram a sua prática. Nisso ela ia contra o sistema dominante e serve de inspiração para hoje.

É convicção crescente que não sairemos da crise de civilização atual se continuarmos com os mesmos hábitos e os mesmos valores consumistas e individualistas que temos. Ela mostrou como pode ser diferente e melhor.

A Dr. Zilda honrou o cristianismo, vivendo uma mística de amor à humanidade sofredora, de esperança de que sempre se pode fazer alguma coisa para salvar vidas, de fé na força dos fracos que se organizam e na escuta de todos até das crianças que ainda não falam.

Ela tinha clara consciência de que a solução vem de baixo, da sociedade que se mobiliza, sem com isso dispensar o que o Estado deve fazer. Problemas sociais se resolvem a partir da sociedade. Para isso, ela suscitou a sensibilidade humanitária que se esconde em cada pessoa e inaugurou a política da boa vontade.

Mais de 250 mil voluntários, sem nenhum ônus financeiro, se propuseram assumir os trabalhos junto com ela.

Uma idéia-geradora movia sua ação, copiada da prática de Jesus: multiplicar. Não apenas pães e peixes como Ele fez mas, nas condições de hoje, multiplicar o saber, a solidariedade e os esforços.

Multiplicar o saber implica repassar às pessoas simples os rudimentos de higiene, o cuidado pela água, a medição do peso e a alimentação adequada às crianças. Esse saber reforça a auto-estima das pessoas e confere autonomia à sociedade civil.

Multiplicar a solidariedade que, para ser universal, deve partir dos últimos, buscando atingir as pessoas que vivem nos rincões onde ninguém vai, tentar salvar a criança mais desnutrida e quase agonizante. Essa solidariedade é a que menos existe no mundo atual.

Multiplicar esforços, envolvendo as políticas públicas, as ONGs, os grupos de base, as empresas em sua responsabilidade social, enfim, todos os que colocam a vida e o amor acima do lucro e da vantagem. Mas antes de tudo multiplicar a boa-vontade generosa.

Ora, são estes conteúdos do capital espiritual que devem estar na base da nova sociedade mundial que importa gestar. O século XXI será o século do cuidado pela vida e pela Terra ou será o século de nossa auto-destruição. Até agora globalizamos a economia e as comunicações.

Temos que globalizar a consciência planetária e multiplicar o saber útil à vida, a solidariedade universal, os esforços que visam construir aquilo que ainda não foi ensaiado. Amor e solidariedade não entram nas estatísticas nem nos cálculos econômicos
Mas são eles que mais buscamos e que nos podem salvar.

A médica Zilda Arns seguramente sem o saber, mas profeticamente, nos mostrou em miniatura que esse mundo não é só possível, mas é realizável já agora.

Texto de Leonardo Boff. publicado hoje no Blog do Noblat
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Comunicação integrada

Declaração publicada na rede de conhecimento Nós da Comunicação, sobre as perspectivas para 2010: como deverá ser feita a comunicação integrada?

Gestores de comunicação com visão sistêmica

“Se há uma década já apontávamos a necessidade da comunicação integrada tornar-se uma prática entre os profissionais de comunicação corporativa, o que dizer agora, dez anos depois, no momento em que vivemos o crescimento exponencial das redes sociais e a impossibilidade do controle da informação? Penso que as empresas que saíram na frente implementando um sistema de gestão da comunicação integrada estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios da nova década: ouvir e dialogar com seus stakeholders por meio de uma comunicação sustentável, sem a arrogância do mundo corporativo. A transparência desse relacionamento – a honestidade, a simplicidade e a rapidez com que a empresa se comunicará – será cada vez mais exigida ou julgada por seus stakeholders. Administrar a comunicação empresarial tornou-se uma atividade estratégica. Os gestores de comunicação precisarão ter visão sistêmica, com formação de equipes transdisciplinares, para poder dar respostas simples à complexidade dos múltiplos relacionamentos nas diversas dimensões em que a empresa atua".

Cristina Mello é jornalista e consultora empresarial.

Reportagem completa no endereço: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=290&tipo=R

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Imperdível - Propaganda de Cigarro. Como a indústria do fumo enganou as pessoas


Fica em exposição até o dia 26 de janeiro, na Caixa Cultural, no Centro do Rio de Janeiro, a mostra de propaganda - anúncios, filmes e cartazes utilizados pela indústria do fumo americana no século passado, entre as décadas de 1920 a 1950. O trabalho apresentado é fruto da pesquisa e da organização de um grupo de estudantes e acadêmicos da Univesidade de Stanford, nos Estados Unidos.

A exposição mostra como a comunicação era manipulada pela indústria do fumo para convencer as pessoas de que fumar não fazia mal à saúde. Para issso, não foram poupados depoimentos de médicos, de artistas, de atletas e até imagens de bebês orgulhosos de verem suas mães fumando. Baseada em pesquisas sem nenhuma metodologia científica, a propaganda apresentava resultados com números positivos para demonstrar que o hábito de fumar era bom para a saúde.

Traduzi, abaixo, alguns dos slogans apresentados:

Camel

" Para uma boa digestão, fume Camel".

"Médicos fumam Camel, o preferido de todas as marcas".

Embassy

" Inale, a satisfação do seu coração".

L&M

"Somnete o que o médico mandar".

Lucky Strike

"11.105 médicos afirmam que Lucky Strike não deixa a garganta irritada".

"Eu portejo a minha voz com Luckies".

"Pegue um Lucky em vez de um doce". (campanha para não engordar)

Marlboro

Hei, mãe, você realmente se delicia com os seus Marlboros". ( com a foto grande de um bebê).

Todo a exposição com propaganda e slogans de marcas de cigarro pode ser vista pelo site:
http://lane.stanford.edu/tobacco/index.html