terça-feira, 13 de abril de 2010

Como 'vender' a marca Brasil

O antropólogo e diretor da QualiData Research Inc. - empresa americana especializada em pesquisas qualitativas e estudos de mercado pelo método etnográfico , Hy Mariampolski, proferiu uma palestra no início de abril a convite da COPPEAD - Alumni, sobre a marca Brasil: como o Brasil ainda é percebido no exterior e como o País pode desenvolver uma marca forte para incrementar a exportação de produtos brasileiro para os Estados Unidos.

Mariampolski começou sua apresentação mencionando uma notícia divulgada pela Bloomberg sobre o grande temporal que literalmente parou a cidade do Rio de Janeiro na noite do dia 5 de abril e na madrugada do dia 6. A notícia deixava uma pergunta sem resposta: 'como o Rio poderá abrigar as Olimpíadas de 2016?' Para Mariampolski, este foi uma comentário absurdo, pois apesar da catástrofe, segundo ele, esta conexão só foi feita pelos jornalistas estangeiros, porque o Brasil ainda possui uma marca fraca no exterior.

A empresa gerida por Mariampolski já desenvolveu estudos visando ao fortalecimento da marca do estado da California e também da marca da Austrália, como país. Para ele,tanto pessoas quanto lugares podem tornarem-se marcas. "Uma marca se constrói não apenas com uma logomarca, uma embalagem bem feita, ou uma identidade de marketing e promessa de venda, mas principalmente pela expectativa de consistência, pela essência, associada aos valores culturais dos consumidores".

Um dos estudos apresentados por Mariampolski foi sobre o Reino Unido. Apesar de ter uma das mais fortes marcas como nação, o Reino Unido estava perdendo turistas americanos para outros paises europeus. O estudo identificou que a "promessa" que a Grã Bretanha oferecia - monumentos, realeza, tradição, não atraía mais o viajante americano contemporâneo que, segundo ele, hoje busca um engajamento cultural, uma experiência a ser vivida num ambiente de belezas naturais e quer ser um explorador, quer fazer novas amizades, apóia e deseja coloborar como voluntário em prol da sociedade e recebe bem as experiências espirituais.

Segundo ele, o Brasil tem tudo para atrair esse 'novo viajante', entretanto, o site da Embratur estampa na sua homepage que o Brasil é "especialista em verão" (experts in Summer). Mariampolski comentou que esta chamada não atrai em nada os turistas e que o País pode aprender muito com a California: como o estado se tornou uma marca que rende bons frutos tanto para os negócios locais quanto para os produtos de exportação.

Mariampolski vê muitas oportunidades para construir uma marca forte para o Brasil. Segundo ele, o Brasil pode fortalecer sua imagem por meio de diversos produtos oferecidos ao mercado e não somente futebol, praia, carnaval e 'bum-bum'. Os segmentos mais relevantes para alavancar a marca Brasil são: moda, comida, acessórios de couro, home décor, varejo, beleza natural e produtos industriais, como os aviões da Embraer, por exemplo.

No futuro, Mariampolski afirma que os consumidores valorizarão ainda mais tudo o que estiver relacionado à sustentabilidade, à preservação ambiental e também à tecnologia/inovação.

Para contato com Hy Mariampolski: www.qualidataresearch.com

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