segunda-feira, 19 de abril de 2010

O segredo dos seus olhos

Os olhos falam. O olhar é transparente, fala o que nem sempre é - ou pode ser, verbalizado. O filme argentino 'O segredo dos seus olhos', de Juan José Campanella é de uma sensibilidade, de uma sutileza fantástica. Tudo gira em torno do olhar dos personagens, do não dito sobre o amor, a morte, a vida e a felicidade. Os olhos não mentem. Seguir a intuição do olhar e saber fazer a leitura do olhar,e não somente ver, requer prática. Abandonamos o 'olho no olho' por causa da correria do dia a dia. É fundamental fazer o resgate do olhar, ele poderá revelar 'segredos' há muito adormecidos.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Como 'vender' a marca Brasil

O antropólogo e diretor da QualiData Research Inc. - empresa americana especializada em pesquisas qualitativas e estudos de mercado pelo método etnográfico , Hy Mariampolski, proferiu uma palestra no início de abril a convite da COPPEAD - Alumni, sobre a marca Brasil: como o Brasil ainda é percebido no exterior e como o País pode desenvolver uma marca forte para incrementar a exportação de produtos brasileiro para os Estados Unidos.

Mariampolski começou sua apresentação mencionando uma notícia divulgada pela Bloomberg sobre o grande temporal que literalmente parou a cidade do Rio de Janeiro na noite do dia 5 de abril e na madrugada do dia 6. A notícia deixava uma pergunta sem resposta: 'como o Rio poderá abrigar as Olimpíadas de 2016?' Para Mariampolski, este foi uma comentário absurdo, pois apesar da catástrofe, segundo ele, esta conexão só foi feita pelos jornalistas estangeiros, porque o Brasil ainda possui uma marca fraca no exterior.

A empresa gerida por Mariampolski já desenvolveu estudos visando ao fortalecimento da marca do estado da California e também da marca da Austrália, como país. Para ele,tanto pessoas quanto lugares podem tornarem-se marcas. "Uma marca se constrói não apenas com uma logomarca, uma embalagem bem feita, ou uma identidade de marketing e promessa de venda, mas principalmente pela expectativa de consistência, pela essência, associada aos valores culturais dos consumidores".

Um dos estudos apresentados por Mariampolski foi sobre o Reino Unido. Apesar de ter uma das mais fortes marcas como nação, o Reino Unido estava perdendo turistas americanos para outros paises europeus. O estudo identificou que a "promessa" que a Grã Bretanha oferecia - monumentos, realeza, tradição, não atraía mais o viajante americano contemporâneo que, segundo ele, hoje busca um engajamento cultural, uma experiência a ser vivida num ambiente de belezas naturais e quer ser um explorador, quer fazer novas amizades, apóia e deseja coloborar como voluntário em prol da sociedade e recebe bem as experiências espirituais.

Segundo ele, o Brasil tem tudo para atrair esse 'novo viajante', entretanto, o site da Embratur estampa na sua homepage que o Brasil é "especialista em verão" (experts in Summer). Mariampolski comentou que esta chamada não atrai em nada os turistas e que o País pode aprender muito com a California: como o estado se tornou uma marca que rende bons frutos tanto para os negócios locais quanto para os produtos de exportação.

Mariampolski vê muitas oportunidades para construir uma marca forte para o Brasil. Segundo ele, o Brasil pode fortalecer sua imagem por meio de diversos produtos oferecidos ao mercado e não somente futebol, praia, carnaval e 'bum-bum'. Os segmentos mais relevantes para alavancar a marca Brasil são: moda, comida, acessórios de couro, home décor, varejo, beleza natural e produtos industriais, como os aviões da Embraer, por exemplo.

No futuro, Mariampolski afirma que os consumidores valorizarão ainda mais tudo o que estiver relacionado à sustentabilidade, à preservação ambiental e também à tecnologia/inovação.

Para contato com Hy Mariampolski: www.qualidataresearch.com

terça-feira, 30 de março de 2010

Pílulas do debate 'Pólis 2.0:Nós temos Voz?'

A rede de conhecimento Nós da Comunicação (www.nosdacomunicacao.com) realizou na semana passada mais um encontro presencial na ESPM-Rio, dessa vez tendo a política como tema do Ciclo Comunicar. Participaram como debatedores o cineasta Silvio Tendler, o publicitário Lula Vieira, o secretário nacional de comunicação do PV, Fabiano Carnevale, a coordenadora de campanhas da ONG Avaaz no Brasil, Graziela Tanaka e o jornalista Marco Aurélio Lisan.O mediador foi o professor da ESPM, Klaus Denecke-Rabello.


Auditório lotado e um debate de alto nível: política, cidadania, mídias sociais, comunicação, educação e mobilização foram alguns dos temas abordados pelos participantes. Confira abaixo, os pontos que considerei mais relevantes do debate:

. Passado X Futuro

" Trabalho com o passado,mas vivo voltado para o futuro. Trabalhar o passado é construir o futuro" - Silvio Tendler

. Marketing Político

"A Internet provou que o político pré fabricado não funciona. Inventar candidato? Isso morreu, graças a Deus. Não dá mais para fabricar político" - Lula Vieira, comentando sobre a diminuição da influência dos 'marketeiros' nas campanhas políticas.

. Convergência de mídias

"Ninguém faz só rádio. A internet perpetua o que é dito no rádio" - Marco Aurélio Lisan ao comentar a entrevista realizada com o Deputado Ibsen Pinheiro sobre a emenda que modifica a distribuição estadual dos royalties do petróleo, que repercutiu no Jornal Nacional.

Internet e mobilização popular

" Acredito na iternet para a mobilização e a transformação social. A internet tem o poder da ação coletiva. Ela pode revolucionar a política e o mundo" - Graziela Tanaka, sobre a campanha realizada pela Avaaz durante a Conferênica do Clima em Copenhague, Dinamarca, em dezembro do ano passado.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Guia de Comunicação e Sustentabilidade do CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS, lançou na semana passada, no Rio de Janeiro, o 'Guia de Comunicação e Sustentabilidade'. Trata-se de uma publicação com dicas práticas para implementação e gestão da comunicação 'da e para' a sustentabilidade. O Guia oferece também uma proposta de alinhamento de conceitos sobre o tema.

No prefácio do Guia, o professor da ECA - USP e Diretor Geral da ABERJE, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, Paulo Nassar, diz que "seu objetivo é proporcionar aos comunicadores informações qualificadas para que, a partir delas, reflitam sobre a importância, a relevância e os desafios da incorporação do conceito e das práticas de sustentabilidade nas suas empresas e nos processos de comunicação com seus públicos de relacionamento".

O Guia de Comunicação e Sustentabilidade é fruto de um ciclo de trabalho - pesquisas, estudos e workshops, desenvolvido pela Câmara Temática de Comunicação e Sustentabilidade do CEBDS.

O Guia, em versão pdf, pode ser baixado on line no endereço:

www.cebds.org.br

quarta-feira, 17 de março de 2010

Curso de Comunicação Interna na FGV - Rio

Estão abertas as incrições para o curso de Comunicação Interna da FGV- Rio.O curso do CADEMP é de curta duração - 24 horas/aula, e será realizado à noite, na sede da FGV, na Praia de Botofago. Com início no dia 10 de maio, as aulas serão ministradas durante duas semanas, de segunda à quinta-feira.

O curso será ministrado por mim e abordará os seguintes temas:

. Comunicação interna e os novos paradigmas da sociedade do conhecimento.
. Como criar vínculos com os empregados.
. A influência da cultura organizacional na comunicação.
. O papel do líder na comunicação.
. A adequação dos canais de comunicação para cada situação.
. Os empregados e a construção da reputação corporativa.
. Como dialogar com os empregados em momentos de crise.
. Política de comunicação e plano de comunicação.

Inscrições e informações
CADEMP/FGV-Rio
21 3799-5800

segunda-feira, 15 de março de 2010

O modelo de comunicação estratégica da BASF

Há 10 anos já afirmava na minha dissertação de mestrado a importância da cumplicidade dos CEOs no planejamento e nas ações de comunicação para que o resultado possa ser, de fato, estratégico. Ou seja, para que a comunicação possa agregar valor ao negócio da empresa, é fundamental que ela esteja alinhada à estratégia do negócio e que ela tenha o CEO como principal multiplicador deste pensamento na organização.

Na semana passada, fui convidada pela BASF, empresa para a qual trabalhei por mais de seis anos, para participar de um debate sobre comunicação com a presença do presidente da BASF para a América do Sul, Rolf Dieter Acker - que está retornando para a Alemanha após 12 anos de trabalho no continente sulamericano, da vice presidente de Comunicação Corporativa Mundial da BASF, Elisabeth Schick e da diretora de Comunicação Regional para a América do Sul, Gislaine Rossetti.

O debate, que foi mediado por Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy, abordou temas tais como a questão das diferenças culturais nas organizações globais e os novos desafios da comunicação diante do crescimento das mídias sociais: como construir uma comunicação que inspire confiança? A chave para um relacionamento engajado e uma comunicação consistente, segundo Acker e Schick é a aderência aos valores da empresa e aos valores universais do ser humano. Honestidade, abertura para o diálogo e para o entendimento. "É necessário olhar nos olhos das pessoas para poder compreendê-las", afirmou Schick, referindo-se à essência do se humano, mesmo num mundo cada vez mais virtual.

Acker enfatizou o papel estratégico da área de comunicação corporativa na organização."Faz parte da própria existência da empresa, integra todos os conhecimentos e tem como pré condição, pessoas com uma educação sólida". A transversalidade da comunicação e a competência são portanto, dois fatores chave para uma comunicação eficaz.Ele mencionou ainda que a comunicação empresarial encontra-se em diferentes estágios, a depender da empresa, mas que cabe ao profissional de comunicação lutar diariamente pela sua posição."Você tem de comprovar a sua competência diariamente. O principal papel dos profissionais de comunicação corporativa é atuar como um conselheiro e para isso precisam identificar as tendências futuras. Assim como a inovação e a sustentabilidade são partes integrantes da empresa, a comunicação também deve permear toda a empresa".

Sobre as redes sociais, ambos concordaram que é necessário que os profissionais desenvolvam uma competência específica para trabalhá-las, e que o grande desafio das empresas é como utilizar as redes sociais para a tomada de decisão.

Sobre o futuro da comunicação corporativa, Acker acredita que sua importância crescerá muito em países emergentes como o Brasil, a medida que a pressão social aumente, pois "a comunicação é diálogo". Schick ressalta que para que haja um diálogo "é necessário ter abertura para ouvir um ao outro. As duas partes precisam mover", caminhar, no sentido positivo. Para ela, o futuro da comunicação passa pelo "networking", pelo trabalho em equipe e pela valorização dos colaboradores como embaixadores da empresa.

Ao despedir-se da comunidade dos profissionais de comunicação de SP, Acker afirmou que " há um futuro fascinante para a atividade de comunicação corporativa" e deu uma dica para os presentes:"assuma sempre uma posição clara sobre a comunicação, explique-a, tenha sempre os argumentos certos para convencer seu interlocutor e use corretamente as ferramentas a seu dispor".

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Como dar significado à comunicação científica

ALMANAQUE
Cabelo, Pelo, Unha - a ciência no salão de beleza



Foi com esse título que a Professora da Faculdade de Educação da UFMG, Mônica Meyer, coordenou a publicação de um almanaque junto com outras atividades interativas, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em outubro de 2009, na cidade de Belo Horizonte.

O almanaque, de 30 páginas, tem um conteúdo de fácil entendimento e um projeto gráfico bem focado na cultura brasileira e nos nossos ícones. Daí a identificação imediata com o público leitor.

O texto de introdução do Almanaque, escrito pela Profª Mônica, definie bem a estratégia de comunicação:

" O trabalho começou com uma sondagem sobre cabelo, pele e unha entre os estudantes do I e II ano do ensino Médio do Colégio Estadual Milton Campos e do Instituto de Educação. Eles escreveram o que desejavam saber e manifestaram, através de desenhos, suas fisionomias no passado, no presente e de como seriam no futuro. Cerca de 400 estudantes anotaram várias perguntas que, agrupadas, deram origem a 82 questões...O almanaque, além de responder a algumas perguntas, focaliza os aspectos sociais, étnicos, lúdicos e culturais relacionados ao tema. Dessa forma, ele traduz uma dimensão humana na compreensão do corpo, através de músicas, brincadeiras, histórias, textos e informações, ou seja, prioriza uma abordagem que ultrapassa o livro didático e os manuais de beleza."

O contato com a Profª Mônica Meyer pode ser feito pelo telefone da UFMG: 31 3409-5329 ou pelo email monicameyer2007@gmail.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Confiança é a palavra chave para uso de redes sociais corporativas

Artigo de minha autoria publicado pela rede de conhecimento Nós da Comunicação

www.nosdacomunicacao.com

A revista inglesa ‘The Economist’ publicou em sua última edição, de 30 de janeiro de 2010, um encarte de 20 páginas sobre as redes sociais e como elas estão mudando a forma como as pessoas se comunicam, trabalham e se divertem. O Facebook lidera o ranking com mais de 350 milhões de usuários. É quase duas vezes a população do Brasil.

Uma pesquisa recente da Nielsen aponta o Brasil como o sétimo país em termos de maior número de horas dedicadas a sites de redes sociais, por usuário. A Austrália está na liderança, seguida da Grã-Bretanha e da Itália.

Na seara corporativa, no entanto, o uso de redes sociais ainda é pífio. Confira alguns dos temas abordados:

- Uma pesquisa realizada com 1.400 executivos pela empresa de recrutamento Robert Half Technology, nos Estados Unidos, mostrou que somente 10% deles permitiam a seus empregados total acesso às redes sociais durante o dia, e que muitos bloquearam o acesso ao Facebook e ao Twitter. A principal preocupação dos entrevistados é que os empregados passariam a usar a rede para se comunicar com seus amigos ao invés de trabalhar no horário de expediente.

- A questão da perda de produtividade é um dos argumentos-chave para a não permissão do uso de redes sociais em ambiente corporativo. Entretanto, seguindo esta lógica, as empresas também não deveriam permitir que seus empregados utilizassem o e-mail para se comunicarem com seus amigos. E o smartphone? Como a empresa pode controlar, ou evitar que seus empregados façam uso de seus equipamentos pessoais?

- Outro receio das empresas é que os empregados possam divulgar, pelas redes sociais, informações estratégicas confidencias da empresa e que, com isso, os concorrentes possam ficar sabendo antecipadamente dos projetos e inovações da empresa. Outra questão crucial é que dificilmente as redes sociais poderiam estar integradas ao sistema interno de TI da empresa.

- Algumas redes sociais foram desenvolvidas especialmente para o ambiente corporativo. O sistema funciona exatamente igual ao Twitter e ao Facebook, porém a informação é restrita ao público interno (assim como a Intranet). São as redes Enterprise2.0 e Yammer. A IBM também oferece o Lotus’s connection e o Salesforce.com’s Charter, este último dedicado à força de vendas. Essas ferramentas são facilmente integradas aos sistemas de TI. As redes sociais corporativas ou ‘Facebooks’ corporativos também podem ser adaptadas às necessidades de cada uma das organizações. A Danone, empresa francesa da área de alimentos, com mais de 90 mil empregados em mais de 100 países colocou em teste uma dessas redes sociais corporativas em algumas das suas localidades. Segundo a reportagem, a Danone já se beneficiou com o sistema que levou os empregados a compartilharem práticas operacionais inteligentes de forma mais eficaz.

- Pode ser que as redes sociais corporativas sejam a ‘bola da vez’ da indústria de TI, mas ainda há alguns obstáculos a serem superados, como, por exemplo, comprovar o valor agregado da rede social , e outras duas desconfianças dos executivos: a de que os empregados possam fazer algum comentário politicamente incorreto e o aparecimento de grupos informais de empregados, sem o controle gerencial. O problema é que novas idéias e ‘insights’ surgem de encontros informais e não de reuniões formais. O agravante é que normalmente os sistemas de TIs são construídos para manter e reforçar os ‘silos’ e não construir pontes entre eles.

- Serviços como o Yammer e o Chatter criam um ambiente de trabalho mais aberto ao permitir que as pessoas saibam o que as outras estão fazendo e encorajam o compartilhamento de informações. O surgimento das redes sociais corporativas deve ser motivo para comemoração e não para levantar suspeitas. Confiança é palavra-chave da questão. Se a empresa confia em seus empregados, não há o que temer.

Cristina Mello é jornalista e consultora de comunicação empresarial, com mais de 25 anos de experiência na área corporativa. É Mestre em Comunicação Organizacional pela Universidade Metodista de São Paulo e trabalhou como executiva em diversas empresas como, Vale, BASF, Unisys, Odebrecht, Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Knoll, Laboratório Farmacêutico, FAG eventos e Odebrecht. Mantém o blog 'Wanderlust da Comunicação'.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Marketing de relacionamento

É pura emoção. Com uma ideia simples e envolvente, a TAP Air Portugal realizou, com o apoio da Infraero, uma homenagem ao Rio de Janeiro em pleno saguão do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no dia 20 de janeiro, data comemorativa do padroeiro da cidade maravilhosa, São Sebastião.

Vale a pena conferir o filme no YouTube:

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Relações Públicas e a Ditadura Militar

Há duas semanas assisti ao documentário Cidadão Boilensen, que retrata a vida e a morte de Henning Albert Boilensen, empresário dinamarquês natularizado brasileiro, ex- presidente da Ultragaz e acusado de ter colaborado com o regime militar,liderando um movimento junto à classe empresarial paulista para levantamento de fundos para a criação e a manutenção da Operação OBAN, de repressão militar. O filme, dirigido por Chaim Litewski, ganhou o prêmio de melhor filme exibido no Festival Internacional de Documentários "É tudo verdade" de 2009.

O filme é imperdível para quem deseja resgatar a história recente do nosso País. Entre depoimentos, reportagens antigas de Amaral Neto, outras entrevistas e reportagens da época, fica-se sabendo que Boilensen foi agraciado com o prêmio "Homem de Relações Públicas de 1964".Fiquei curiosa e fui pesquisar qual instituição teria feito tal homenagem.

Descobri que o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas, e seus congêneres regionais, foi criado pelo decreto-lei nº860, de 11/09/69, cinco anos depois da premiação. Já no site da Associação Brasileira de Relações Públicas, criada em 21 de julho de 1954, não há nenhuma menção ao prêmio em referência. Quem ou qual instituição ofereceu tal título ao "Cidadão Boilensen"?

Boilense era um empresário de muita visibilidade na década de 60. Ele atuou na diretoria da Fiesp e foi o criador do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola, que visa ao treinamento e ao aperfeiçoamento da mão de obra profissional, principalmente na área industrial. Não consta, entretanto, que seja um profissional de RP.

A profissão de Relações Públicas, apesar de regulamentada no Brasil desde 1967, ainda é mal entendida pela sociedade. O termo "Relações Públicas" é percebido com outro significado, quase um atributo para pessoas sociáveis, bem relacionadas, simpáticas. Trata-se de um grande equívoco e que merece ser esclarecido sempre que houver oportunidade. A profissão de Relações Públicas, assim como a de Jornalista e a de Publicitário faz parte do curso de Comunicação Social. Trata-se de uma profissão respeitada e que possui um severo código de ética.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Como multiplicar os valores da sustentabilidade

O texto abaixo, de autoria de Leonardo Boff, foi publicado hoje, no Blog do Noblat.
Vale a leitura e a reflexão: como nós, comunicadores podemos multiplar os valores da sustentabilidade nas empresas - ou o capital espiritual, como diz Boff e contribuir para um mundo mais justo e melhor?


O legado profético de Zilda Arns

Já se fizeram todos os elogios devidos à médica brasileira, Zilda Arns, irmã do Cardeal dos direitos humanos, Paulo Evaristo Arns, que sucumbiu sob as ruinas do terremoto no Haiti.

Talvez a opinião pública mundial não se tenha dado conta da importância desta mulher que em 2006 foi apontada como candidata ao prêmio Nobel da Paz. E bem que o merecia, pois dedicou toda sua vida à saúde das pessoas mais vulneráveis.

Por 25 anos coordenou a Pastoral da Criança acompanhando mais um milhão e 800 mil menores de cinco anos e mais de um milhão e 400 famílias pobres.

A partir de 2004 iniciou a Pastoral da Pessoa Idosa com mais de cem mil idosos envolvidos. Com meios simples como o soro caseiro, o alimento à base da multimistura e outros recursos mínimos, salvou milhares de crianças que antes fatalmente morriam.

Seria longo historiar seu extraordinário trabalho difundido já em mais de 20 paises pobres do mundo. O que pretendo é enfatizar os valores do capital espiritual que sustentaram a sua prática. Nisso ela ia contra o sistema dominante e serve de inspiração para hoje.

É convicção crescente que não sairemos da crise de civilização atual se continuarmos com os mesmos hábitos e os mesmos valores consumistas e individualistas que temos. Ela mostrou como pode ser diferente e melhor.

A Dr. Zilda honrou o cristianismo, vivendo uma mística de amor à humanidade sofredora, de esperança de que sempre se pode fazer alguma coisa para salvar vidas, de fé na força dos fracos que se organizam e na escuta de todos até das crianças que ainda não falam.

Ela tinha clara consciência de que a solução vem de baixo, da sociedade que se mobiliza, sem com isso dispensar o que o Estado deve fazer. Problemas sociais se resolvem a partir da sociedade. Para isso, ela suscitou a sensibilidade humanitária que se esconde em cada pessoa e inaugurou a política da boa vontade.

Mais de 250 mil voluntários, sem nenhum ônus financeiro, se propuseram assumir os trabalhos junto com ela.

Uma idéia-geradora movia sua ação, copiada da prática de Jesus: multiplicar. Não apenas pães e peixes como Ele fez mas, nas condições de hoje, multiplicar o saber, a solidariedade e os esforços.

Multiplicar o saber implica repassar às pessoas simples os rudimentos de higiene, o cuidado pela água, a medição do peso e a alimentação adequada às crianças. Esse saber reforça a auto-estima das pessoas e confere autonomia à sociedade civil.

Multiplicar a solidariedade que, para ser universal, deve partir dos últimos, buscando atingir as pessoas que vivem nos rincões onde ninguém vai, tentar salvar a criança mais desnutrida e quase agonizante. Essa solidariedade é a que menos existe no mundo atual.

Multiplicar esforços, envolvendo as políticas públicas, as ONGs, os grupos de base, as empresas em sua responsabilidade social, enfim, todos os que colocam a vida e o amor acima do lucro e da vantagem. Mas antes de tudo multiplicar a boa-vontade generosa.

Ora, são estes conteúdos do capital espiritual que devem estar na base da nova sociedade mundial que importa gestar. O século XXI será o século do cuidado pela vida e pela Terra ou será o século de nossa auto-destruição. Até agora globalizamos a economia e as comunicações.

Temos que globalizar a consciência planetária e multiplicar o saber útil à vida, a solidariedade universal, os esforços que visam construir aquilo que ainda não foi ensaiado. Amor e solidariedade não entram nas estatísticas nem nos cálculos econômicos
Mas são eles que mais buscamos e que nos podem salvar.

A médica Zilda Arns seguramente sem o saber, mas profeticamente, nos mostrou em miniatura que esse mundo não é só possível, mas é realizável já agora.

Texto de Leonardo Boff. publicado hoje no Blog do Noblat
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Comunicação integrada

Declaração publicada na rede de conhecimento Nós da Comunicação, sobre as perspectivas para 2010: como deverá ser feita a comunicação integrada?

Gestores de comunicação com visão sistêmica

“Se há uma década já apontávamos a necessidade da comunicação integrada tornar-se uma prática entre os profissionais de comunicação corporativa, o que dizer agora, dez anos depois, no momento em que vivemos o crescimento exponencial das redes sociais e a impossibilidade do controle da informação? Penso que as empresas que saíram na frente implementando um sistema de gestão da comunicação integrada estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios da nova década: ouvir e dialogar com seus stakeholders por meio de uma comunicação sustentável, sem a arrogância do mundo corporativo. A transparência desse relacionamento – a honestidade, a simplicidade e a rapidez com que a empresa se comunicará – será cada vez mais exigida ou julgada por seus stakeholders. Administrar a comunicação empresarial tornou-se uma atividade estratégica. Os gestores de comunicação precisarão ter visão sistêmica, com formação de equipes transdisciplinares, para poder dar respostas simples à complexidade dos múltiplos relacionamentos nas diversas dimensões em que a empresa atua".

Cristina Mello é jornalista e consultora empresarial.

Reportagem completa no endereço: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=290&tipo=R

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Imperdível - Propaganda de Cigarro. Como a indústria do fumo enganou as pessoas


Fica em exposição até o dia 26 de janeiro, na Caixa Cultural, no Centro do Rio de Janeiro, a mostra de propaganda - anúncios, filmes e cartazes utilizados pela indústria do fumo americana no século passado, entre as décadas de 1920 a 1950. O trabalho apresentado é fruto da pesquisa e da organização de um grupo de estudantes e acadêmicos da Univesidade de Stanford, nos Estados Unidos.

A exposição mostra como a comunicação era manipulada pela indústria do fumo para convencer as pessoas de que fumar não fazia mal à saúde. Para issso, não foram poupados depoimentos de médicos, de artistas, de atletas e até imagens de bebês orgulhosos de verem suas mães fumando. Baseada em pesquisas sem nenhuma metodologia científica, a propaganda apresentava resultados com números positivos para demonstrar que o hábito de fumar era bom para a saúde.

Traduzi, abaixo, alguns dos slogans apresentados:

Camel

" Para uma boa digestão, fume Camel".

"Médicos fumam Camel, o preferido de todas as marcas".

Embassy

" Inale, a satisfação do seu coração".

L&M

"Somnete o que o médico mandar".

Lucky Strike

"11.105 médicos afirmam que Lucky Strike não deixa a garganta irritada".

"Eu portejo a minha voz com Luckies".

"Pegue um Lucky em vez de um doce". (campanha para não engordar)

Marlboro

Hei, mãe, você realmente se delicia com os seus Marlboros". ( com a foto grande de um bebê).

Todo a exposição com propaganda e slogans de marcas de cigarro pode ser vista pelo site:
http://lane.stanford.edu/tobacco/index.html

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Transformação social se faz com inovação e comunicação

" A fala é a maior de todas as invenções".Geoffrey Blainey autor do livro 'Uma breve história do mundo'.

Nas duas primeiras partes do livro "Uma breve história do mundo", Geoffrey Blainey aborda a transformação da humanidade, desde o nosso passado mais distante, há cerca de 2 milhões de anos até meados de 1500.

"A técnica da impressão sobre papel foi uma revolução social"

Blainey acarreta grande parte do sucesso da Reforma Protestante, liderada por Martino Lutero, na Alemanha, em 1517, à invenção da imprensa - ou da tipografia, por Gutemberg, em 1480. Lutero prostetava - daí o nome protestante, contra a prática da venda de indulgências usada pela Igreja Católica. Ao explicar a importância do papel da imprensa na divulgação e fortalecimento do protestantismo, o autor escreveu:

"A Bíblia era um livro precioso escrito à mão, tão escasso que em algumas igrejas a única cópia era acorrentada à mesa de leitura. Pela primeira vez na cristandade, os evangelhos se toranariam acessívies a um preço que uma igreja de um vilarejo ou um mercador moderamente rico pudesse comprar. Um panfleto contendo um simples sermão podia, agora, através da poderosa imprensa, chegar a mais pessoas como nunca antes um sermão havia conseguido".
"Martino Lutero via na tipografia um presente de Deus para seu trabalho. Escrevia panfletos religiosos e os entregava aos tipógrafos, junto com seus últimos sermões. Começou a traduzir a Bíblia para o alemão, completando-a em prosa simples e forte, em 1534".

Gutemberg e a internet

Durante o evento presencial do Ciclo Comunicar tecnologia promovido pela Rede de Conhecimento Nós da Comunicação, em outubro de 2009, o jornalista e professor Carlos Nepomuceno também falou sobre o poder transformador da imprensa na época de Lutero, comparando-a à internet e às redes sociais atuais. A cobertura da palestra do Prof. Nepomuceno pode ser lida no endereço: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=254&tipo=R

Nepomuceno também tem um blog que pode ser acessado pelo endereço:
http://nepo.com.br/